Hipovita K
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Vitamina K
A vitamina K é uma vitamina lipossolúvel que apresenta três diferentes formas químicas: vitamina K1 (Filoquinona), K2 (Menaquinona) e K3 (Menadiona). Atua no sistema enzimático carboxilase-dependente, presente na membrana microssomal hepática, responsável pela biossíntese dos fatores de coagulação (WAITZBERG, 2000; KUMAR; KANE, 2005 apud REZENDE et al., 2012).
Nas plantas e nas bactérias, a vitamina K tem função de produção de energia e transporte de elétrons. Nos mamíferos, sua principal função é promover a biossíntese hepática da protrombina e dos fatores VII, IX e X da coagulação sanguínea. Esta vitamina também exerce função sobre o metabolismo ósseo, já que certas proteínas que compõem a matriz dos ossos são dependentes de vitamina K (SPINOSA et al., 2011).
De forma semelhante às vitaminas A, D e E, a vitamina K é absorvida predominantemente associada às gorduras dietéticas; portanto, requer secreções biliar e pancreática. As micelas lipídicas do conteúdo intestinal facilitam a absorção da vitamina K pelos enterócitos. Após sua absorção, a vitamina K é distribuída pelo organismo por meio do sistema linfático (K1 e K2) e da circulação sanguínea (K3), depositando-se principalmente no fígado. Outros tecidos também podem armazená-la em pequenas quantidades. A absorção desta vitamina pode ser prejudicada pelo uso de sulfas e antibióticos de amplo espectro de ação, os quais destroem a flora bacteriana intestinal (ADAMS, 2003; SPINOSA et al., 2011).
A vitamina K apresenta forte relação com a função hepática normal e com os mecanismos fisiológicas que atuam na coagulação sanguínea. Por sua atividade anti-hemorrágica, a vitamina K é empiricamente utilizada na terapêutica preventiva e/ou curativa da hemorragia pulmonar induzida por exercícios em equinos (SPINOSA et al., 2011).
Como para outras vitaminas lipossolúveis, as necessidades de vitamina K são maiores durante a prenhez, lactação e o crescimento rápido. O potencial para deficiência durante essas fases da vida aumenta pela superposição de outras condições que afetam a assimilação e o metabolismo da vitamina K. A deficiência da vitamina K também pode resultar quando a digestão e a absorção da gordura são anormais, como na obstrução biliar ou nas doenças intestinais inflamatórias (ADAMS, 2003).
O sinal clínico predominante da deficiência de vitamina K em todas as espécies é a hemostasia prejudicada, resultando em sinais descontrolados de hemorragia e sinais físicos relacionados com anemia por perda sanguínea ou acúmulo de sangue nas cavidades corpóreas. A deficiência geralmente é observada apenas sob condições em que a síntese microbiana entérica esteja prejudicada, como quando são usados antibióticos orais ou quando os antagonistas metabólicos são consumidos, como o dicumarol do trevo doce mofado ou do warfarin dos rodenticidas (OSWEILER, 1978; MOUNT et al., 1982 apud ADAMS, 2003).
Hipovita K
Forma Farmacêutica e Apresentação:
Frascos ampola contendo 20 mL de produto na forma de solução injetável.
Fórmula
Cada 100 mL contém:
- Vitamina K (menadiona): 150,00 mg
- Veículo aquoso q.s.p.: 100,00 mL
Informação Técnica
Usada no tratamento das hemorragias de diferentes etiologias, visando diminuir o tempo de coagulação sanguínea através de mecanismo complexo entre protrombina (fator II) e os fatores da coagulação sanguínea VII, IX e X. A deficiência de vitamina K produz um tempo prolongado de coagulação sanguínea.
- Eficácia Clínica:
A vitamina K ou menadiona é utilizada no tratamento das hemorragias de diferentes etiologias visando diminuir o tempo de coagulação sanguínea e ocorre quando há diminuição em fatores de coagulação sanguínea, doença hepática ou ingestão de composto como dicumarina e warfarina.
- Farmacocinética:
Após sua absorção, a menadiona é distribuída pelo organismo por meio da circulação sanguínea, depositando-se principalmente no fígado. Outros tecidos também podem armazená-la em pequenas quantidades, porém ela é rapidamente excretada. A menadiona é eliminada pela urina.
- Mecanismo de Ação:
A vitamina K ou menadiona promove a diminuição do tempo de coagulação sanguínea através do mecanismo complexo entre protrombina (fator II) e os fatores de coagulação sanguínea VII, IX e X. Na carência da vitamina K, a velocidade normal de coagulação se reduz devido à concentração ineficiente desses fatores, com altos riscos de hemorragias. Além da administração insuficiente da vitamina K pela alimentação, a carência também pode ser atribuída à deficiência na sua absorção. A administração parenteral de Hipovita K, em doses repetidas, se necessário, propiciará o aumento da produção de protrombina.
Indicações
- Anti-hemorrágico;
- Diminui o tempo de coagulação sanguínea (acelera a formação de protrombina);
- Coadjuvante no tratamento das coccidioses (diarreia do sangue, curso negro).
Modo de Uso
O produto deve ser aplicado em dose única, por via intramuscular ou endovenosa.
- Animais de grande porte (bovinos e equinos): 10 a 20mL.
- Animais de médio porte (bezerros, potros e suínos): 5 a 10mL.
- Animais de pequeno porte (ovinos, caninos e felinos): 1 a 5mL. As dosagens podem ser ajustadas conforme avaliação do Médico Veterinário.
Efeitos Adversos
Não há referências que mencionem algum tipo de reação adversa após a utilização do produto conforme indicado em bula.
Contraindicações
Não há referências que mencionem algum tipo de contraindicação.
Sinais de Intoxicação
A administração de altas doses de menadiona pode provocar anemia, policitemia, esplenomegalia, lesões renais e hepáticas. A administração crônica de doses subletais de menadiona pode causar anemia hemolítica.
Interações Medicamentosas
Anticoagulantes: o efeito da menadiona é antagonista ao dos anticoagulantes. A menadiona pode reduzir a resposta da terapia com anticoagulantes por uma semana ou mais.
Período de Carência
Não é necessário observar período de carência para abate ou ordenha para consumo humano.
Conservação
Conservar em local seco e fresco, protegido da luz solar e manter fora do alcance de crianças e animais.
Referências Bibliográficas
Adams, R.H. Farmacologia e Terapêutica em Veterinária. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
Fitomenadiona. In: Guia de Interações Medicamentosas. São Paulo / SP: SP Farma, p.196, 2004.
Kumar, V.; Kane, A.B. Patologia Nutricional e Ambiental. In: Kumar, V.; Abbas, A. K.; Fausto, N. Robbins e Contran: Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
Mount, M.E. et al. Vitamin K and its therapeutic importance. J Am Vet Med Assoc, 180:1354-56,1982
Osweiler, G.D. Hemostatic function in swine as influenced by warfarin and an oral antibacterial combination. Am J Vet Res, 39:633-68, 1978.
Papich, M.G. Sauders Handbook of Veterinary Drugs. 3 ed. St Louis, Missouri: Elsevier, 2011. Rezende, J.R. et al. Diagnóstico da Deficiência de Vitamina K. Revista Científica do ITPAC, 5(1), 2012.
Spinosa, H.S.; Gorniak, S.L.; Bernardi, M.M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
Sweetman, S.C. Martindale: The Complete Drug Reference. London: Pharmaceutical Press, 34 ed. 2756p., 2005.
Waitzberg, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2000.