Controle de crise alérgica por dermatite atópica com hidratação e reforço de barreira cutânea em cão - Relato de caso

Empresa

Labyes

Data de Publicação

14/07/2019

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Bruna Nathasha Morais Ramos, Barbara Carolina De Lima Galati, Camila Crepaldi Ferranti, Larissa Barbosa De Araujo, Marcelo Augusto Moraes Koury Alves, Nathália Gonçalves De Santana.

A dermatite atópica canina (DAC) é uma afecção alérgica causada pela absorção cutânea de agentes ambientais, os quais provocam reações de hipersensibilidade devido a defeitos na resposta imune antimicrobiana e também na função da barreira tegumentar e hiperreatividade cutânea. É uma patologia complexa e multifatorial, podendo estar relacionada a fatores intrínsecos como genética, barreira cutânea e respostas imunes individuais, ou a fatores extrínsecos, como alérgenos alimentares, ambientais e à sazonalidade (quando o alérgeno se encontra no auge de sua quantidade no ambiente ou quando os sinais clínicos do paciente afetado estão mais exarcebados pelo maior contato com os mesmos em determinada época do ano). A DAC é a segunda dermatopatia mais diagnosticada em cães e não apresenta predisposição sexual. Algumas raças possuem maior susceptibilidade, como por exemplo o golden retriever, terrier branco, labrador, boxer, bulldog francês, pastor alemão e cocker spaniel. 

Este trabalho relata o caso de uma Golden Retriever, de três anos e 35Kg de peso corporal que foi atendida em uma clínica veterinária, em Ribeirão Preto-SP. A paciente foi levada com queixa de prurido, otites recorrentes, pústulas e eritema. Os tutores associaram a intensificação dos sinais clínicos ao contato com gramas e locais com tapetes e tecidos, sem relato de sazonalidade.

Em exame dermatológico foram observadas pústulas, colaretes difusos, vermelhidão, pele ressecada e irritação em pavilhão auditivo e ouvido externo. Realizou-se raspado de pele, identificando um discreto aumento na quantidade de bactérias, achado esse que foi compatível com piodermatite bacteriana,e ausência de ácaros e fungos. 

Figura 1: aspecto da pele e conduto auditivo externo da paciente antes do controle dos fatores perpetuantes.

Diante da evidência clínica e laboratorial foi instaurada terapêutica com cefalexina (30mg/kg BID, por via oral) para controle do fator perpetuante, além de dieta de eliminação baseada em ração comercial hipoalergênica. Após dieta de eliminação, apesar de aparentar melhora significativa o animal permaneceu com colaretes, pústulas e discreto prurido, devido isso a título de desafio foi orientado aos proprietários a expô-la a alérgenos ambientais. Logo após a exposição a áreas gramadas a paciente retornou com quadro alérgico agudizado, apesar da dieta hipoalergênica restrita, o que confirmou diagnóstico de dermatite atópica. 

Para controle da crise alérgica, optou-se por terapêutica com a shampoo à base de extrato vegetal descongestivo, hidroxetil uréia, proteínas quaternárias de colágeno hidrolisado, queratina quaternária, nanoesferas de vitaminas A e E, complexo lipídico e EDTA dissódico. Além disso, instaurou-se hidratação cutânea após a secagem dos pelos. Em dose única, aplicou-se na região do dorso, ampola à base de extrato de Onopordum Acanthium, extrato de Calendula Officinalis e ácidos graxos ômega 3 (Linha Labyderm®). Após a instauração do protocolo, a paciente apresentou controle satisfatório do quadro alérgico. 

Figura 2: aspectos da pele da paciente e conduto auditivo externo após desafio com alérgeno e posterior controle do quadro alérgico com shampoo e ampola (Linha Labyderm®).

Conclui-se que, apenas com reforço da barreira cutânea e hidratação, foi possível controlar a crise alérgica da paciente do presente relato, sem se fazer necessário o uso de corticosteroides ou anti-histamínicos.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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COSTA, Giuliane Vieira Rodrigues da. USO DO OCLACITINIB NO TRATAMENTO DA DERMATITE ATÓPICA CANINA. 2017. 40 f. TCC (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

MEDEIROS, Vitor Brasil. Dermatite atópica canina. Journal Of Surgical Research, Rio Grande do Norte, v. 8, p.106-117, 2017.

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