Guia rápido de alterações gastrointestinais

Empresa

Hill's

Data de Publicação

25/11/2019

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Introdução

A influência da nutrição no sistema gastrointestinal é direta e imediata. Fatores como frequência alimentar, tamanho da porção da refeição, textura e composição de macro e micronutrientes do alimento exercem não somente influências diretas no organismo, mas também indiretas, por meio da modificação da microbiota intestinal1. Desse modo, muitos distúrbios gastrointestinais são prontamente responsivos a alterações no manejo nutricional, o que faz dele uma ferramenta poderosa na conduta terapêutica dessas doenças. Muitas vezes, o uso de medicamentos sem a correta terapia nutricional pode resultar em uma melhora clínica aquém da esperada2.

Doenças gastrointestinais em cães e gatos compõem um conjunto de desordens que podem ter as mais variadas causas. No entanto, independentemente de suas causas, sinais como diarreia aguda ou crônica, vômito e anorexia estão presentes na maioria dos casos, podendo dificultar um diagnóstico específico.

As tabelas a seguir mostram importantes aspectos que devem ser considerados na rotina clínica para que o adequado diagnóstico e o tratamento dessas afecções possam ser realizados.

Aspectos importantes do vômito e diarreia:

Sinais clínicos predominantes dependem da estrutura afetada:

Regurgitação

Alteração esofágica

Vômito

Gastrite e pode estar presente em enterite, especialmente em gatos

Diarreia de intestino delgado

Enterite

Diarreia de intestino grosso

Colite e proctite

Diferenciação entre sinais clínicos do intestino delgado e intestino grosso:

Lista de diagnóstico diferencial de problemas clínicos comuns:

Vômito

Apresenta numerosas causas e mecanismos.

  • Ativação de receptores no centro de vômito: doença renal crônica, toxinas, cinetose, neoplasia cerebral.
  • Faringe/laringe: corpo estranho. 
  • Trato gastrointestinal: gastrite, doença inflamatória intestinal, corpo estranho, síndrome da dilatação-vólvulo-gástrica, reação alimentar, neoplasia, parasitas, constipação, estenose pilórica, etc.
  • Órgãos abdominais: fígado, útero, pâncreas, próstata.

Diarreia aguda

  • Não-infecciosa: mudança na dieta, sensibilidade alimentar, toxinas, colite por estresse, síndrome do intestino irritável.
  • Infecciosa:
  • Bactéria: Samonella, etc.
  • Parasita: Isospora (Coccidia), etc. 
  • Viral: Parvovírus, etc. 

Doença crônica do intestino delgado

  • Ingestão de alimentos inadequados ou corpos estranhos. 
  • Infecciosa: 
  • Bactéria: Salmonella, etc.
  • Parasita: Giárdia, etc.
  • Viral: FIV, FeLV, etc.
  • Reação ou sensibilidade alimentar.
  • Diarreia responsiva a antibiótico.
  • Doença inflamatória intestinal (DII).
  • Enteropatia perdedora de proteínas, que pode ser causada por linfangiectasia, doença inflamatória intestinal, parasitoses, linfoma, etc.

Doença crônica do intestino grosso

  • Infecciosa: 
  • Bactéria: Clostridium perfringens, etc.
  • Parasita: Trichuris, etc. 
  • Doença inflamatória intestinal.
  • Diarreia responsiva à fibra.
  • Colite por estresse, síndrome do intestino irritável.
  • Reação ou sensibilidade alimentar.
  • Neoplasia.
  • Estase fecal: 
  • Hérnia perineal.
  • Constipação.

Dessa forma, o tratamento do paciente será de acordo com o diagnóstico:

Tratamento cirúrgico ou por endoscopia:

Depende da etiologia: estenose esofágica, corpo estranho.

Medicamentoso: 

Tem como finalidade a melhora dos sinais clínicos do paciente. 

  • Anti-histamínicos H2, analgésicos, protetores de mucosa, procinéticos. 

Suporte nutricional:

Auxilia na rápida melhora clínica do paciente.

  • Alimentação assistida – colocação de sondas.
  • Alimentação em posição bipedal – casos de megaesôfago.
  • Modificação da consistência do alimento.
  • Fornecer refeições pequenas e frequentes.
  • Fornecer alimentos palatáveis, densos em energia, com alta digestibilidade, com a presença de prebióticos, fibras solúveis e antioxidantes.

Conclusão

O adequado suporte nutricional é de suma importância. Cães e gatos com doença gastrointestinal frequentemente encontram-se anoréxicos e malnutridos. No entanto, o jejum desses animais, mesmo na presença de enterite, pode causar deteriorização da mucosa gastrointestinal, diminuição da altura dos vilos e da profundidade das criptas intestinais, redução da atividade e expressão de enzimas digestivas e diminuição das secreções gástrica e pancreática. Em última análise, o jejum desses animais pode causar o aumento da permeabilidade intestinal, resultando em translocação bacteriana e, até mesmo, em septicemia. Com isso, o médico-veterinário deve inserir o manejo nutricional correto para otimizar a recuperação do paciente.

Escrito por: M.V Msc. Juliana Paschoalin de Souza Nogueira, Especialista de Relações Acadêmicas - Hill’s Pet Nutrition.

  • Suporte à digestão e à qualidade das fezes. 
  • Alta digestibilidade3.
  • Contém prebiótico.
  • Ação antioxidante comprovada.

Referências bibliográficas:

1: CAVE, Nick. Nutritional Management of Gastrointestinal Disease. In: FASCETTI, Andrea J; DELANEY, Sean J. Applied Veterinary Clinical Nutrition. First edition. Hoboken, New Jersey. 2012. p. 175-220.  

2: DAVENPORT, Deborah J; REMILLARD, Rebecca L. Introduction to Gastrointestinal and Exocrine Pancreatic Diseases. In: HAND, Michael S; THATCHER, Craig D; REMILLARD, Rebecca L; ROUDEBUSH, Phillip; NOVOTNY, Bruce J. Small Animal Clinical Nutrition. 5th edition. Topeka, Kansas. 2010. p. 1005-1009. 

3: Hill´s Pet Nutrition. Digestibility Test Report Fo Test 91698.