Bóxer

Nome da Raça
Bóxer
Porte
Grande
Peso
Fêmeas: 25-30 kg. Machos: 30-35 kg
Altura na Cernelha
Fêmeas: 53-59 cm. Machos: 57-63 cm
Nível de atividade
Muito Alta
Temperamento
Divertido, ativo e leal
Adestrabilidade
Moderada
Introdução
Origem
O Brabant Bullenbeisser, também chamado de Bulldog Alemão, é considerado como o ancestral imediato do Bóxer. Na Alemanha no final do século XIX, a criação dos Bullenbeissers ficou na sua maior parte nas mãos dos caçadores que os cruzaram com Bulldogs Ingleses com o intuito de obter um cão que os auxiliasse na caça de javalis e ursos. Sua tarefa era segurar firmemente a presa perseguida pelos cães de caça, até a chegada dos caçadores.
Para esse trabalho, o cão tinha que ter a boca quanto maior possível, com uma dentadura ampla para prender e reter firmemente a caça. Qualquer Bullenbeisser com tais características era o mais indicado para esse trabalho, sendo assim utilizado na criação.
Nessa época, apenas habilidade para o trabalho era critério de seleção para uso na criação. Esse critério de seleção levou à produção de um cão de focinho largo e poderoso.
Apesar do caráter agressivo do seu ancestral, o Bóxer atual teve essa característica bastante atenuada, podendo ser um ótimo cão de companhia.
A raça foi reconhecida oficialmente pela AKC em 1904 e pela FCI em 1955.
Nome original
Deutscher Boxer
País de origem
Alemanha
Características gerais
Aspectos raciais
O Bóxer é um cão de construção quadrada, pelo liso, compacto, robusto e ossos fortes. A musculatura é seca, fortemente desenvolvida e nitidamente definida. Sua movimentação é enérgica, poderosa e nobre. O Bóxer não deve ser um cão grosseiro, pesado, nem muito leve e nem sem substância.
A cabeça é a parte do Bóxer que lhe confere o aspecto característico. Deve ser bem proporcionada ao corpo, sem parecer leve ou pesada. O focinho deve ser o mais largo e poderoso possível. A beleza da cabeça depende da relação proporcional entre as medidas do focinho e do crânio. Qualquer que seja o ângulo que se olhe a cabeça, de frente, de cima ou de perfil, o focinho deve sempre ser proporcional ao crânio, quer dizer, jamais parecer muito pequeno. A cabeça deve ser seca, sem rugas. Entretanto, rugas naturais são formadas na região craniana quando o cão está muito atento. Com origem na face dorsal da raiz do focinho, rugas naturais descem simetricamente pelas faces laterais. A máscara escura se limita ao focinho e deve ser nitidamente separada da cor da cabeça, a fim de a expressão não parecer sombria. A região craniana deve ser tão estreita e angulada quanto possível. É ligeiramente arqueado, sem ser muito redondo e curto, nem plano; nem muito largo. O occipital não é muito pronunciado. O sulco frontal é ligeiramente marcado, não deve ser muito profundo, especialmente entre os olhos. A testa forma um nítido stop com a cana nasal. A cana nasal não deve ser encurtada na testa como no Bulldog, nem caída para frente. Larga e preta, levemente arrebitada, com narinas largas. A ponta da trufa fica ligeiramente mais alta em relação a sua raiz. O focinho é poderosamente desenvolvido nas 3 dimensões de volume, nem pontudo nem estreito, nem curto ou plano. Sua forma é determinada pela mandíbula, pela posição dos caninos e pela forma dos lábios. Os caninos devem ser implantados os mais separados possíveis e de bom tamanho. O plano anterior do focinho é, portanto, largo, quase quadrado, formando um ângulo obtuso com a linha superior do focinho. O contorno do lábio superior pousa no contorno do lábio inferior. O lábio inferior, no terço anterior da mandíbula curvada para cima, não pode ultrapassar muito a frente, nem tampouco ocultar-se sob o lábio superior. O queixo projeta-se à frente do lábio superior de maneira bem nítida, tanto de frente, quanto de perfil, sem por isso assemelhar-se ao do Bulldog. Os caninos, os incisivos e a língua não devem ser visíveis enquanto a boca estiver fechada. A fenda do lábio superior é bem visível. O maxilar inferior ultrapassa o maxilar superior curvando-se ligeiramente para cima. O Bóxer é prognata. O maxilar superior é largo na sua junção com o crânio e diminui muito pouco para frente. Os dentes são fortes e saudáveis. Os incisivos são preferivelmente alinhados. Os caninos são bem separados e de bom tamanho. A bochechas são desenvolvidas em relação aos fortes maxilares, sem que com isso sejam demasiadamente pronunciadas. Fundem-se ao focinho em uma leve curva. Os olhos são escuros e não devem ser pequenos, nem proeminentes e nem profundos. A expressão indica inteligência e energia, não deve ser nem ameaçadora, nem penetrante. As pálpebras devem ser de cor escura. As orelhas não devem ser cortadas, são de tamanho apropriado, inseridas de lado na parte mais alta do crânio. Em repouso, são portadas pendentes rentes às faces e voltam-se para frente, fazendo uma dobra bem marcada, especialmente quando o cão está em atenção.
O pescoço do Bóxer possui a linha superior se estendendo em uma elegante curva desde uma nuca bem marcada até a cernelha. Deve ser de bom comprimento, redondo, forte e musculoso. O tronco é quadrado com a cernelha marcada. O Dorso, incluindo o lombo, deve ser curto, firme, reto, largo e musculoso. A garupa é ligeiramente inclinada, larga e ligeiramente arqueada. A cintura pélvica deve ser longa e larga, especialmente nas fêmeas. O tórax é profundo, alcançando os cotovelos, com as costelas bem arqueadas, mas não em forma de barril, bem estendidas caudalmente. A cauda deve ter inserção mais para alta que para baixa.
A movimentação do Bóxer é viva e com muita força e nobreza. Os membros anteriores vistos de frente, devem ser retos e paralelos com uma forte ossatura, secos e musculosos. As mãos são pequenas, redondas, compactas, com coxins palmares bem acolchoados e duros. Os membros posteriores são muito possantes, com músculos rígidos e visíveis sob a pele. As coxas são longas e largas com as pernas muito musculosas. Os pés são levemente mais longos que as mãos, compactos, com os coxins plantares bem acolchoados e duros.
A pele do Bóxer é seca, elástica e sem rugas. Possui uma pelagem curta, dura, brilhante e bem assentada. As cores são fulvo (dourado) ou tigrado. O Fulvo se apresenta em diversas tonalidades, indo do amarelo claro ao vermelho escuro. Possui a máscara na cor preta. A variedade tigrada tem no sentido das costas listras escuras ou pretas. O contraste entre as listras e a cor base deve ser nítido. Marcas brancas não devem ser descartadas.
Pelo
Curto
Comportamento e cuidados
Comportamento e cuidados
O Bóxer deve ser seguro, tranquilo e equilibrado. Seu temperamento é importante e requer maior atenção. Sua lealdade e fidelidade para com seu dono e sua família, principalmente com crianças, além da sua vigilância e coragem são conhecidas há muito tempo, por isso é reconhecidamente um bom cão de guarda.
Ele é dócil no meio familiar, mas desconfiado com estranhos. É alegre e afetuoso na brincadeira, contudo destemido quando ameaçado. Apesar de sua docilidade e segurança, o Bóxer não é necessariamente fácil de educar, principalmente para pessoas sem experiência, por isso é necessário que seu treinamento comece desde cedo.
Possui uma necessidade muito elevada de exercícios por isso requer longas caminhadas diárias além de espaço onde possa brincar ao ar livre e se movimentar, para se manter equilibrado física e mentalmente.
Escovações esporádicas e banhos ocasionais, quando necessário, são suficientes para manter a pelagem do Bóxer saudável.
Sensibilidade a fármacos
Acepromazina e outras fenotiazinas
- - Esta raça é muito sensível, mesmo para pequenas doses
Predisposição à doenças
Cardiovasculares
Estenose da valva aórtica
- Doença congênita comum
- Machos fortemente predispostos nesta raça
- Herança possivelmente autossômica dominante
Cardiomiopatia dilatada
- Maior prevalência com a idade
- Aproximadamente duas vezes mais comum nos machos do que as fêmeas
- Herança genética
Derrame pericárdico
- Normalmente afeta cães de meia idade
Dermatológicas
Furunculose (Acne Canina)
- - Traumas locais, hormônios e genética podem desempenhar um papel na patogenia
Pododermatite
- Machos mais predispostos
- Mãos mais comumente afetadas
Atopia
- Fêmeas provavelmente mais predispostas
- Idade de início de 6 meses a 7 anos
- Pode ou pode não ser sazonal
Hipersensibilidade alimentar
- Nenhuma predisposição sexual
- Muitos casos ocorrem em cães jovens
Displasia folicular canina
- Herança genética presumida
- Alopecia começa aos 2 – 4 anos de idade e é restrita ao flanco
Demodicose
- Possível predisposição da raça
Síndrome de Ehler-Danlos
- Também conhecido como astenia cutânea
Dermatite Solar
- - Afeta principalmente os cães de pelagem branca
Dermatite de calo / pioderma
- Os calos muitas vezes se tornam infectados
Cisto folicular
- Nenhuma idade ou predisposição sexual
Calcinose circunscrita
- Mais comuns em cães mais novos
- Lesões na base do pinna são mais comuns
Endócrinas
Hipotireoidismo
- Frequentemente em cães de meia-idade: 2 – 6 anos
Neoplasia da tireóide
- Pode estar associada a hiper ou hipotireoidismo, mas a maioria é eutiroideu
- Idade média de 10 anos
Hiperadrenocorticismo dependente da hipófise
- Cães de meia-idade / mais velhos
- 55 – 60% fêmeas
Insulinoma
- Ocorre em cães de meia idade e idosos
Gastrointestinais
Neoplasia gengival e orofaríngea
- Predisposição da raça
Estenose pilórica (síndrome hipertrofia pilórica antral)
- Hipertrofia congênita do músculo pilórico resultando em obstrução de saída gástrica e vômito
- Apresentação clínica logo após o desmame ou dentro dos primeiros 6 – 12 meses
Colite histiocítica
- Mais comum em cães jovens
Colite idiopática crônica (linfocítico-plasmocítica)
- Mais comum em cães jovens e de meia idade
Infecciosas
Coccidiomicose
- É causada pela inalação de esporos de fungos Coccidioides
- Infecção mais frequente em filhotes, cães mais velhos e em imunocomprometidos
Musculoesqueléticas
Displasia / luxação temporomandibular
- A displasia congênita pode predispor a luxação
Luxação congênita do cotovelo
- Apresentação geralmente 4 – 5 meses de idade
Neoplásicas
Tumores de mastócitos
- Pode ser visto a qualquer idade (a partir de 4 meses em diante), mas geralmente visto em animais mais velhos
Melanoma
- Idade média de 8 a 9 anos
Hemangioma cutâneo
- A idade média foi de 8,7 anos
Hemangiosarcoma cutâneo
- Idade média 9 – 10 anos
Histiocitoma cutâneo canino
- Mais comum em cães jovens de 1 – 2 anos de idade
Carcinoma de células escamosas da pele
- Ocorre com uma média de 9 anos de idade
Fibroma
- Fêmeas mais predispostas
- Afeta animais mais velhos
Linfoma não epiteliotrópico
- Afeta cães mais velhos
Quemodectoma
- Maior incidência observada nesta raça
- Cachorros mais velhos geralmente afetados ( 10 – 15 anos)
- Os machos podem estar predispostos aos tumores do corpo aórtico
Neoplasia gengival e orofaríngea
Osteossarcoma do crânio
Condrossarcoma da costela
Linfossarcoma
- A maioria dos casos são vistos em cães de 6 -7 anos
Melanoma uveal anterior canino
Neoplasia testicular
- Raça com risco aumentado
Neurológicas
Surdez congênita
- Sinais vistos desde o nascimento
Tumor cerebral primário
- Maior incidência observada nesta raça
- Cachorros mais velhos afetados (média de 9 a 10 anos)
Neuropatia sensorial de Boxers (Axonopatia progressiva)
- Herança autossômica recessiva
- Idade do início clínico: 2 meses
Meningite e poliarterite
- Idade de início: inferior a 1 ano
Oftálmicas
Entrópio
- Herança poligênica provável
- Geralmente apresenta no primeiro ano de vida
Ectrópio
- Herança poligênica provável
Prolapso da membrana da glândula nictitante “Cherry eye”
- Possivelmente herdado
- Normalmente apresenta-se antes dos 2 anos de idade
Distiquíase
- Predisposição da raça
- Modo de herança não está claramente estabelecida
Ulceração corneana refratária
- Idade do início: 4 – 8 anos
Renais e urinárias
Incompetência do mecanismo do esfíncter uretral (Causando incontinência urinária)
- Fêmeas mais predispostas
Reprodutivas
Hiperplasia vaginal
- Predisposição da raça
Criptorquidismo
- Herdado como um traço autossômico recessivo limitado ao sexo
- Raça com maior risco de ocorrência
Referências bibliográficas
http://cbkc.org/application/views/docs/padroes/padrao-raca_31.pdf
http://www.akc.org/dog-breeds/boxer/
https://www.chien.fr/race/boxer/
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http://www.blogdocachorro.com.br/ranking-de-inteligencia-canina/
JERICÓ, Márcia Marques; ANDRADE NETO, João Pedro de; KOGIKA, Márcia Mery. Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015.
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NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
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